sábado, 25 de abril de 2009

O ACENDEDOR DE LAMPIÕES

Lá vem o acendedor de lampiões de rua!Este mesmo que vem, infatigavelmente,Parodiar o Sol e associar-se à luaQuando a sobra da noite enegrece o poente.Um, dois, três lampiões, acende e continuaOutros mais a acender imperturbavelmente,À medida que a noite, aos poucos, se acentuaE a palidez da lua apenas se pressente.Triste ironia atroz que o senso humano irrita:Ele, que doira a noite e ilumina a cidade,Talvez não tenha luz na choupana em que habita.Tanta gente também nos outros insinuaCrenças, religiões, amor, felicidadeComo este acendedor de lampiões de rua!
Fonte: GAZETAWEB

Fonte: Vida e Obra de Jorge de Lima, Rio de Janeiro, Edições Correio da Manhã, 1969. Cavalcanti, Carlos Povina.

Nenhum comentário:

Postar um comentário