sexta-feira, 27 de março de 2009

Roberto Carlos, não incluiu Maceió em sua turnê


Roberto Carlos anunciou nesta segunda-feira (23) em São Paulo uma série de shows em 20 cidades e ainda uma megaexposição na Oca, no Parque do Ibirapuera, em janeiro de 2010, para comemorar 50 anos de carreira. O Rei dará início à turnê brasileira no dia de seu aniversário, 19 de abril, em Cachoeiro do Itapemirim - ele não se apresenta em sua cidade natal há 14 anos. No dia 11 de julho, ele fará uma apresentação no Maracanã, para um público estimado em 60 mil pessoas.

A previsão é que a série de shows termine exatamente um ano depois, em Nova York, onde será dado o pontapé em uma turnê internacional. Segundo a organização do evento - a mesma responsável pelas homenagens à bossa nova, no ano passado -, a venda de ingressos será anunciada em breve.

A homenagem ao Rei incluirá ainda três shows especiais, com renda revertida para projetos sociais. No dia 26 de maio, 14 cantoras brasileiras sobem ao palco do Teatro Municipal de São Paulo no espetáculo “Elas cantam Roberto Carlos”. Já no dia 11 de agosto, haverá uma reunião de expoentes do rock nacional no show “Roberto Carlos Rock Symphony”.


‘As vezes imito os meus imitadores’
Finalmente, em março de 2010, o estádio do Pacaembu vai receber o show “Emoções Sertanejas”, com a participação de duplas e artistas do gênero. Os três eventos terão a apresença de Roberto.

Quanto ao respertório, ele disse ainda não saber se vai interferir ou não. “Como dizem meus imitadores, são muitas emoções”, brincou, em tom de voz “engraçadinho”. “Às vezes eu imito os meus imitadores, sabe?”

Segundo o cantor, o set list de seus próprios shows ainda não estão definidos. “Vamos começar agora as reuniões para decidir o repertório. Vou participar diretamente na escolha das músicas.”

Quando perguntado sobre os artistas que admira, Roberto despistou. “Se eu disser algum nome, vai ter sempre alguém que ficará de fora. Tem muita gente boa fazendo coisas interessantes. Procuro sempre ouvir o que é sucesso. O que está acontecendo no momento é importante para mim, estou sempre aprendendo.”

Mas, quando a ideia é falar de seus ídolos do passado, Roberto tinha a resposta na ponta da língua: Bob Nelson e Albertinho Fortuna. “Gostava do Bob Nelson quando eu era muito pequeno mesmo. Depois comecei a cantar boleros. Eu gostava muito de cantar em espanhol, achava que era chique.”

“Às vezes ouço coisas do início da minha carreira e acho engraçadas”, comentou. “Algumas músicas eu não teria feito daquela maneira. Já ouvi canções antigas e pensei ‘puxa, acho que exagerei’, principalmente na maneira de cantar. Mas são composições que fizeram parte de uma época.”


Projetos inéditos

No meio de tantos compromissos, Roberto garante que seu mais novo disco de canções inéditas, adiado desde 2007, será finalmente lançado este ano. “Quero realmente que este álbum saia e estou trabalhando muito para isso. Tenho algumas faixas prontas que fiz sozinho e outras em parceria com Erasmo Carlos”, contou. O tema principal do novo trabalho? “Sempre falei e continuo falando de amor, que é uma das coisas mais importantes que existem.”

“Erasmo e eu sempre nos encontramos para compor. A diferença é que, com o passar dos anos, fomos ficando cada vez mais autocríticos e demoramos mais. Se antes fazíamos uma música em duas horas, hoje pode levar três dias ou três semanas. Há uma preocupação em fazer tudo com mais qualidade. A gente se questiona se vai falar alguma coisa e de que maneira vai falar.”

Outro plano para o futuro próximo é o lançamento de uma biografia autorizada, já que Roberto Carlos não concordou com o lançamento da obra escrita pelo jornalista Paulo Cesar de Araújo sem o seu consentimento - um recurso de liberação interposto pelo autor foi negado este mês.

“Não concordo com o lançamento daquela obra e já demonstrei isso de todas as formas. Penso numa biografia não escrita por mim, mas que tenha histórias que só eu conheço.”


Confira as datas dos shows da turnê de Roberto Carlos

Cachoeiro do Itapemirim (ES) - 19 de abril

Caruaru (PE) - 7 de maio

Recife (PE) - 8 e 9 de maio

Aracaju (SE) - 21 de maio

Salvador (BA) - 23 de maio

São Paulo (SP) - 26 de maio (”Elas cantam Roberto Carlos”)

João Pessoa (PB) - 3 de junho

Natal (RN) - 4 de junho

Fortaleza (CE) - 6 de junho

Teresina (PI) - 9 de junho

Belém (PA) - 11 de junho

Manaus (AM) - 13 de junho

Rio de Janeiro (RJ) - 11 de julho

São Paulo (SP) - 11 de agosto (”RC Rock Symphony”)

Porto Alegre (RS) - 8 ou 15 de agosto

Vila Velha (ES) - 16 de agosto

São Paulo (SP) - 21, 22, 28 e 29 de agosto

Curitiba (PR) - 18 e 19 de setembro

Brasília (DF) - 17 de outubro

Belo Horizonte (MG) - 14 de novembroS

ão Paulo (SP) - março de 2010 (”Emoções Sertanejas”)


Fonte: http://www.blogapalavra.com/

segunda-feira, 23 de março de 2009

UNIÃO DOS PALMARES


Nossa História

O pequeno povoado de SANTA MARIA, antes chamado CERCA REAL DOS MACACOS, foi elevado à categoria de vila e recebeu o nome de VILA NOVA DA IMPERATRIZ, homenagem feita a IMPERATRIZ LEOPOLDINA. Por conta de seu crescimento, a vila foi desmembrada do município de ATALAIA, no dia 13 DE OUTUBRO DE 1831, através do decreto do Governo Geral e elevada à categoria de cidade pela lei 1.113, de 20 de agosto de 1889.Elevado à categoria de vila com a denominação de Vila Nova da Imperatriz, pelo decreto de 13 de Outubro de 1831, desmembrado do município de Atalaia.Distrito criado com a denominação de Vila Nova da Imperatriz, por resolução provincial nº 8, de 10 de abril de 1835.Pela lei provincial nº 737, de 07 de julho de 1876, a vila de Vila Nova da Imperatriz é extinta, sendo seu território anexado ao município de Atalaia, como simples distrito.Elevado novamente à categoria de vila com a mesma denominação anterior, pela lei provincial nº 956, de 13 de julho de 1885.
Elevada à condição de cidade com a denominação de Vila Nova da Imperatriz, pela lei provincial nº 1113, de 20 de agosto de 1889.
Pelo decreto estadual nº 46, de 25 de setembro de 1890, o município de Vila Nova da Imperatriz passou a denominar-se União.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município aparece constituído de 6 distritos: União, Barro do Canhoto, Mandaú-Mirim, Mungaba, São José do Bolão e Timbó.Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município aparece com o distrito sede, não figurando os distritos da divisão de 1911.
Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município aparece constituído de 3 distritos: União, Barro do Canhoto e Mundaú-Mirim.Pelo decreto estadual nº 2435, de 30 de novembro de 1938, é criado o distrito de Mungaba com terras desmembrada do distrito de Barro do Canhoto anexado ao município de União dos Palmares. No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 4 distritos: União, Barro do Canhoto, Mundaú-Mirim e Mungaba.
Pelo decreto lei estadual nº 2909, de 30 de dezembro de 1943, o município de União passou a denominar-se União dos Palmares.
No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o município de União dos Palmares ex-União é constituído de 4 distritos: União dos Palmares, Barro do Canhoto, Mundaú-Mirim e Mungaba. Pela lei nº 1473, de 17 de setembro de 1949, o distrito de Barro do Canhoto passou a denominar-se Rocha Cavalcanti.Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 4 distritos; União dos Palmares, Mundaú-Mirim, Mungaba e Rocha Cavalcanti ex-Barro do Canhoto.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1955.
Pela lei estadual nº 2245, de 14 de junho de 1960, desmembra do município de União dos Palmares os distritos de Mundaú-Mirim e Mungaba, para formar o novo município com a denominação de Santana do Mundaú. Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 2 distritos: União dos Palmares e Rocha Cavalcanti.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

ZUMBI

ZUMBI DOS PALMARES é o maior símbolo de resistência contra a escravidão no Brasil. Nascido em 1655 no QUILOMBO DOS PALMARES, ZUMBI foi capturado por bandeirantes portugueses e entregue ao padre português Antônio Melo, que o alfabetizou. Aos 15 anos, o menino fugiu e retornou ao QUILOMBO, tornando-se um de seus principais guerreiros e protegendo Palmares contra a invasão portuguesa. Em 1678, o líder do QUILOMBO, GANGA ZUMBA, fez um acordo de paz com o governo da colônia, com o qual ZUMBI e os outros quilombolas não concordaram. GANGA ZUMBA acabou morrendo envenenado e ZUMBI passou a liderar Palmares. Entre os anos de 1680 e 1691 todas as tropas portuguesas que tentaram invadir o QUILOMBO foram derrotadas. Em 1694, o bandeirante Domingos Jorge Velho invadiu com sua tropa o QUILOMBO DOS PALMARES. ZUMBI conseguiu fugir, mas um ano depois foi delatado por um de seus companheiros, capturado por portugueses e assassinado. Sua cabeça foi exibida como troféu no centro da cidade de Olinda..

20 DE NOVEMBRO

20 DE NOVEMBRO – DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA Há 38 anos, o poeta gaúcho Oliveira Silveira sugeria ao seu grupo que o 20 de novembro fosse comemorado como o "DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA", pois era mais significativo para a comunidade negra brasileira do que o 13 de maio. "Treze de maio traição, liberdade sem asas e fome sem pão", assim definia Silveira o "Dia da Abolição da escravatura" em um de seus poemas, referindo-se à lei que libertou os escravos, mas sem lhes dar condições de trabalhar e viver com dignidade. Em 1971 o 20 de novembro foi celebrado pela primeira vez. A idéia se espalhou por outros movimentos sociais de luta contra a discriminação racial e em 1978 já aparecia como proposta nacional do Movimento Negro Unificado. A lei de nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu a data no calendário escolar e tornou obrigatório o ensino sobre a História e a Cultura Afro-Brasileira. Foi escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu ZUMBI, líder do QUILOMBO DOS PALMARES.A homenagem feita a ZUMBI foi mais do que justa, pois este personagem histórico representou a luta do negro contra a escravidão, no período do Brasil Colonial. Ele morreu em combate, defendendo seu povo e sua comunidade.A criação desta data foi importante, pois serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional.A abolição da escravatura, de forma oficial, só veio em 1888. Porém, os negros sempre resistiram e lutaram contra a opressão e as injustiças advindas da escravidão.
“Deus da Guerra”, “Fantasma Imortal” ou “Morto Vivo”. Seja qual for a tradução correta do nome ZUMBI, o seu significado para a história do Brasil e para o movimento negro é praticamente unânime: ZUMBI DOS PALMARES é o maior ícone da resistência negra ao escravismo e de sua luta por liberdade.

SERRA DA BARRIGA


A SERRA DA BARRIGA, localizada na cidade de UNIÃO DOS PALMARES, encontra-se a 500 metros acima do nível do mar, no então Planalto Meridional da Borborema e próximo ao RIO MUNDAÚ. Também conhecida como "CERCA REAL DOS MACACOS", foi a sede administrativa do QUILOMBO DOS PALMARES berço de liberdade para guerreiros e guerreiras quilombolas.Em agosto de 1980, militantes do Movimento Negro local e nacional subiram à Serra pela primeira vez. Tal iniciativa transformou a história até os tempos de hoje.Em novembro de 1985 a SERRA DA BARRIGA é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico - Artístico Nacional – IPHAN e no ano de 1986, inscrita no Livro de Tombamento Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico do Instituto do Patrimônio Histórico - Artístico Nacional – IPHAN.Já em março de 1988 foi reconhecida como MONUMENTO NACIONAL através do Decreto 95.855.

ÁRVORE SAGRADA


ODAM é o nome da "ÁRVORE SAGRADA" das populações africanas. Conta a história que os negros fugidos levaram ODAM para PALMARES e plantaram ela às margens da LAGOA DOS NEGROS, no alto da SERRA DA BARRIGA. ODAM é uma GAMELEIRA-BRANCA, hoje com mais de 300 anos. Ali os negros faziam suas rezas e suas oferendas.A GAMELEIRA é a árvore considerada sagrada pelo candomblé, consagrada ao Orixá Iroko ou Tempo. Consiste na árvore mais parecida, das encontradas no Brasil, com a árvore iroko da África, originalmente consagrada ao Orixá. Todo candomblé tem pelo menos um pé de gameleira no seu terreiro ou na sua entrada. A seus pés são enterrados importantes otás, contendo assentamentos e fetiches, assim como as oferendas específicas a tempo.

A ação de Domingos Jorge Velho


Após várias investidas relativamente infrutíferas contra Palmares, o governador e Capitão-general da capitania de Pernambuco, Caetano de Melo e Castro, contratou o bandeirante Domingos Jorge Velho e o Capitão-mor Bernardo Vieira de Melo para erradicar de vez a ameaça dos escravos fugitivos na região.O Quilombo passou a ser atacado pelas forças do bandeirante e, mesmo experientes na guerra de extermínio, tiveram grandes dificuldades em vencer as táticas dos quilombolas, mais elaboradas que a dos indígenas com quem haviam tido contato. Adicionalmente, tiveram problemas para contornar a inimizade surgida com os colonos da região, vítimas de saques dos bandeirantes em diversas ocasiões.Em janeiro de 1694, após um ataque frustrado, as forças do bandeirante iniciaram uma empreitada vitoriosa, com um contingente de seis mil homens, bem armados e municiados, inclusive com artilharia. A capital de Palmares, Macaco, foi destruída e Zumbi ferido, mas mesmo assim ele conseguiu fugir.Um quilombola, Antônio Soares, foi capturado e, Domingos Jorge Velho disse que ele seria libertado em troca da revelação do esconderijo do líder, Zumbi. Soares contou a eles e Zumbi foi surpreendido pelo Capitão Furtado de Mendonça em seu reduto (talvez a Serra Dois Irmãos). Apunhalado, resiste, mas é morto com 20 guerreiros quase dois anos após a batalha, no dia 20 de novembro de 1695.Zumbi teve a cabeça cortada, salgada e levada, com o pênis dentro da boca ao governador Melo e Castro. Em Recife, a cabeça foi exposta no alto de um mastro em praça pública, visando desmentir a crença da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi e servir de exemplo a outros escravos.Em 14 de março de 1696 o governador de Pernambuco Caetano de Melo e Castro escreveu ao Rei: "Determinei que pusessem sua cabeça em um poste no lugar mais público desta praça, para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros que supersticiosamente julgavam Zumbi um imortal, para que entendessem que esta empresa acabava de todo com os Palmares."Sem a liderança militar de Zumbi, por volta do ano de 1710, o Quilombo desfez-se por completo.


QUILOMBOLAS DOS PALMARES

Antecedentes
As primeiras referências a um Quilombo na região remontam a 1580, formado por escravos fugitivos de engenhos das Capitanias de Pernambuco e da Bahia: iniciava-se o período denominado, no Brasil, como União Ibérica.Em fins do século XVI, o Quilombo ocupava uma vasta área coberta de palmeiras, que se estendia do cabo de Santo Agostinho ao rio São Francisco. Um século mais tarde, esse território encontrava-se reduzido à região de Una e Serinhaém, em Pernambuco, Porto Calvo e São Francisco, atual Penedo, em Alagoas.
O apogeuÀ época das Invasões holandesas do Brasil (1624-1625 e 1630-1654), com a perturbação causada nas rotinas dos engenhos de açúcar, registrou-se um crescimento da população em Palmares, que passou a formar diversos núcleos de povoamento, conhecidos como mocambo. Os principais foram:Macaco, o maior, centro político do Quilombo, contando com cerca de 1.500 habitações, Subupira que centralizava as atividades militares, contando com cerca de 800 habitações, Zumbi e Tabocas.
Embora não se possa precisar o número de habitantes nos Palmares, de vez que a população flutuava ao sabor das conjunturas, historiadores estimam que, em 1670, alcançou cerca de vinte mil pessoas.Essa população sobrevivia graças à caça, à pesca, à coleta de frutas e à agricultura. Complementarmente, praticava o artesanato. Os excedentes eram comercializados com as populações vizinhas, de tal forma que colonos chegavam a alugar terras para plantio e a trocar alimentos por munição com os quilombolas.Pouco se sabe, também, acerca da organização política do Quilombo. Alguns supõem que se constituiu ali um verdadeiro Estado, nos moldes dos reinos africanos, sendo os diversos mocambos governados por oligarcas sob a chefia suprema de um líder. Outros apontam para a possibilidade de uma descentralização do poder entre os diferentes grupos, pertencentes às diversas etnias que formavam os núcleos de quilombos, que delegavam esse poder a lideranças militares conforme o seu prestígio.As mais famosas lideranças foram Ganga Zumba e seu sobrinho, Zumbi. Apesar disso, alguma forma de trabalho compulsório também foi praticada dentro do Quilombo, onde indígenas foram utilizados como escravos nas plantações.
A repressão
Com a expulsão dos holandeses do Nordeste do Brasil, acentuou-se a carência de mão-de-obra para a retomada de produção dos engenhos de açúcar da região. Dado o elevado preço dos escravos africanos, os ataques a Palmares aumentaram, visando a recaptura de seus integrantes.A prosperidade de Palmares, por outro lado, atraía atenção e receio, e o governo colonial sentiu-se obrigado a tomar providências para afirmar o seu poder sobre a região. Em carta à Coroa Portuguesa, um Governador-geral reportou que os quilombos eram mais difíceis de vencer do que os holandeses.Foram necessárias, entretanto, cerca de dezoito expedições, organizadas desde o período de dominação holandesa, para erradicar definitivamente o Quilombo dos Palmares.No último quartel do século XVII, Fernão Carrilho ofereceu a Ganga Zumba, um líder que implementou táticas de guerrilha na defesa do território, um tratado de paz (1677). Por seus termos, era oferecida a liberdade aos nascidos no Quilombo, assim como terras inférteis na região de Cocaú. Grande parte dos quilombolas rejeitou os termos desse acordo, nitidamente desfavoráveis e, na disputa então surgida, Ganga Zumba foi envenenado, subindo ao poder o seu irmão, Ganga Zona, aliado dos portugueses. O acordo foi, desse modo, rompido, tendo os dissidentes se restabelecido em Palmares, sob a liderança de Zumbi.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Quilombo_dos_Palmares

POVOADO MUQUÉM


A artesã palmarina IRINÉIA ROSA NUNES DA SILVA concorreu ao “PRÊMIO UNESCO DE ARTESANATO PARA AMÉRICA LATINA E CARIBE”.



Muquém é uma comunidade composta de remanescentes do Quilombo dos Palmares e fica localizada aos pés da Serra da Barriga aqui mesmo em União dos Palmares. O Muquém, com pouco mais que 20 hectares, abriga quase 500 pessoas, que vivem do corte da cana, da lavoura e da fabricação de panelas, potes e outros objetos de barros.O artesanato em barro tem sido a principal fonte de renda das famílias que habitam o povoado. Tradição passada ao longo das gerações, a arte de transformar barro em panelas, jarros e outros objetos de decoração se perpetua graças à dedicação dos mais velhos.Ninguém sabe ao certo a origem do nome "Muquém". Uns dizem ter sido um guerreiro de Palmares, outros, que significa, "terra do barro". No dicionário, moquém (com o) é uma grelha de varas usada para assar carne. Nas senzalas, os miúdos do boi eram assados no moquém para alimentar os escravos.A cerâmica foi a arte e a sobrevivência das mulheres do povoado. Durante décadas, a técnica de fazer pratos, moringas e panelas queimadas em fornos de barro alimentados a lenha foi passada de mãe para filha. A história da cerâmica perde-se no tempo.Estudiosos afirmam que os professores podem ter sido os índios que moravam em Palmares com os negros. A escavação arqueológica iniciada na Serra da Barriga mostrou que os quilombolas faziam potes, cachimbos e até urnas funerárias.A louça produzida pelas mulheres do Muquém é rústica, sem enfeites ou pinturas. É feita para ser usada na cozinha, no dia-a-dia, e por muito tempo foi o utensílio que a população das cidades próximas como União dos Palmares e Rocha Cavalcanti conheceu até a chegada das panelas de alumínio.A lenha começou a sumir na década de 40. Foi quando os usineiros tiraram o mato para começar os canaviais que hoje tomam conta da paisagem em torno do Muquém. Sobrou pouca coisa e a mata que existe hoje está além das possibilidades das louceiras do Muquém.Uma das principais festas do Muquém é a Reza de Maio. Todos os dias do mês as mulheres e homens vão de casa em casa rezando uma novena. Ninguém sabe contar quando começou, mas a história explica que é uma tradição escrava, criada nos engenhos.Muquém fica próximo ao RIO MUNDAÚ, o mesmo que os palmarinos usavam para entrar e sair da sua terra. A péssima condição da estrada dificulta o acesso ao local e faz do Muquém um lugar quase isolado, apesar de estar apenas a 5 km da cidade de União dos Palmares. O isolamento impede a divulgação da cultura local, especialmente da cerâmica, produzida da mesma forma que nos tempos coloniais.

JORGE LIMA


JORGE MATHEUS DE LIMA nasceu no dia 23 de abril de 1893, aqui mesmo em UNIÃO DOS PALMARES. Nessa mesma cidade, aprendeu as primeiras lições de leitura. Mudou-se para Maceió em 1902, com a mãe, o pai e os irmãos, lá estudou no colégio dos Maristas. Em 1909 foi morar em Salvador onde iniciou os estudos de medicina. Concluiu o curso no Rio de Janeiro em 1914, mas foi como poeta que projetou seu nome. Neste mesmo ano publicou o primeiro livro, “XIV ALEXANDRINOS”. Voltou para Maceió em 1915 onde se dedicou à medicina, além da literatura e da política. Nesse mesmo ano despontou como estrela de quinta grandeza na imprensa com sua poesia hoje mundialmente conhecida, “O ACENDEDOR DE LAMPIÕES", na qual “o príncipe dos poetas alagoanos” homenageia seus conterrâneos..Quando se mudou de Alagoas para o Rio de Janeiro, em 1930, montou um consultório na Cinelândia, transformado também em ateliê de pintura e ponto de encontro de intelectuais. Reunia-se lá gente como Murilo Mendes, Graciliano Ramos e José Lins do Rego. Nesse período publicou aproximadamente dez livros, sendo cinco de poesia. Também exerceu o cargo de deputado estadual, de 1918 a 1922. Com a Revolução de 1930 foi levado a radicar-se definitivamente no Rio de Janeiro..Em 1939 passou a dedicar-se também às artes plásticas, participando de algumas exposições. Em 1952, publicou seu livro mais importante, o épico “Invenção de Orfeu”. Em 1953, meses antes de morrer, gravou poemas para o “Arquivo da Palavra Falada” da Biblioteca do Congresso de Washington, nos Estados Unidos da América..Faleceu no dia 15 de novembro de 1953 na cidade do Rio de Janeiro, deixando para a posteridade seus trabalhos literários, reconhecidos internacionalmente, de grande valor poético e cultural.

Maria Mariá



Sociedade Casa Cultural Maria Mariá de Castro Sarmento
Maria Mariá de Castro Sarmento foi uma palmarina ilustre que sempre defendeu a preservação do patrimônio histórico e cultural de sua cidade. Conhecida como dicionário ambulante, devido ao seu conhecimento da Língua Portuguesa, Maria Mariá foi professora, jornalista e historiadora.Nasceu aqui mesmo em União, na localidade do povoado da Usina Laginha, no dia 16 de junho de 1917, seu pai foi o tabelião Sílvio de Mendonça Sarmento e sua mãe Ernestina de Castro Sarmento. A professora ingressou no serviço público em 1943, estagiando no povoado da Fazenda Santo Antônio. Em 1944 foi nomeada diretora do Grupo Escolar Jorge de Lima.Em 1971, quando a principal igreja da cidade, construída toda em pedra pelos holandeses, foi destruída para dar lugar a outra de arquitetura mais moderna, a educadora fez um movimento de oposição e convocou toda a população para assistir à celebração da missa em sua própria residência, como um ato de repúdio à demolição da catedral.Entre seus feitos estão a criação da festa da mocidade que se transformou em tradição, o primeiro grupo de teatro amador da cidade e a festa do rei Momo. O espírito ousado de Mariá fez com que o governador Muniz Falcão a transferisse para a Escola Professor Loureiro, em Murici. Mariá comentava em seus artigos os fatos negativos do governo Falcão e, além disso, a professora jogava sinuca, tocava violão muito bem, vestia calça e saias curtas nos anos 50.Mas, a gota d’água para a transferência de Mariá para Murici foi uma foto em que a professora posava de maiô, um escândalo para a época. Os alunos de Mariá exigiram a volta dela e como forma de protesto não foram à escola durante três dias, até a professora retornar, sendo recepcionada na estação ferroviária ao espocar de foguetes e ao som de bandas de música.Mariá morreu solteira com 76 anos de idade, no dia 28 de fevereiro de 1993, no casarão de número 65 da Rua Correia de Oliveira. Até então, só os íntimos conheciam as raridades que ela colecionou ao longo de sua existência. Após sua morte, a residência foi transformada na Sociedade Casa Cultural Maria Mariá..
Fonte: PALMARINOS ILUSTRES (IN MEMORIAN) - Série Memórias de Nossa Terra, 2005. Paulo de Castro Sarmento Filho.