sábado, 1 de setembro de 2012
SUTIÃ
SUTIÃ-
HISTÓRIA - Suporte
- No nordeste Seu Tião
O sutiã ou soutien (do francês soutien:
suporte), é um tipo de roupa usada por mulheres, servem para a proteção e
sustentação das mamas.
História Há 100 anos Mary Phelps Jacob patenteava nos Estados
Unidos o sutiã. A
invenção tinha o objetivo de acomodar o seio, possibilitando moldá-lo,
diminui-lo, escondê-lo ou exibi-lo. Transformou a coadjuvante roupa de baixo em
protagonista do figurino da mulher com lingeries sensuais. Antes escondido,
hoje é usado até como roupa de cima. Porém, no dia 17 de Julho de 2012 o
Departamento de Arqueologia da Universidade de Innsbruck na Austria,
descobriram a peça íntima nos porões de um castelo da região austriáca de
Lengberg. A descoberta entra para a história segundo Hilary Davidson, do Museu
de Londres, que afirmou a descoberta com o poder de "reescreve
totalmente" a história da moda . Esta peça de roupa tornou-se um aliado na
busca da beleza, do conforto e da sedução. Tudo começou com um gesto de rebeldia.
Jovem nova-iorquina, Mary Jacobs revoltou-se contra o espartilho de barbatana que não só a
apertava como sobrava no vestido de noite que acabara de comprar. Com a
ajuda de sua empregada, fez uma espécie de porta-seios tendo como material dois
lenços, uma fita cor-de-rosa e um cordão. Depois de confeccionar cópias para as
amigas, resolveu comercializar a invenção. Mais interessada no sucesso de sua
criação nas festas do que nas lojas, acabou por vender a patente por 1550 dólares para a Warner
Bros. Nos 30
anos seguintes, a empresa iria faturar 15 milhões de dólares com esta peça de
roupa. Há milênios as mulheres vinham procurando
uma matéria-prima para confeccionar algo que desafiasse a lei da gravidade e sustentasse os seios.
Referências revelam que em 2000 a.C., na Ilha de Creta, elas usavam tiras de
pano para modelá-los. Mais tarde, as gregas passaram a enrolá-los para que não
balançassem. Já as romanas adotaram uma faixa para diminuí-los. O espartilho
surgiria na Renascença para encaixar a silhueta feminina no padrão estético imposto pela
aristocracia. Por meio de cordões bem amarrados, ele apertava os seios a tal
ponto que muitas desmaiavam. O sutiã apareceu para libertar a mulher daquela
ditadura. Na década
de 1920, os sutiãs
compunham o estilo dito "garçonne" e achatavam o busto. Nos anos 30, a silhueta feminina volta a
ser valorizada. Surgem os bojos de enchimento e as estruturas de metal para
aumentar os seios. Nos 50, com o advento do nylon, as peças ficam mais
sedutoras e conquistam as estrelas de Hollywood. Nos 60, as feministas queimam em praça pública a
peça que consideravam símbolo da opressão masculina.
CALCINHAS
A
HISTÓRIA DA CALCINHA
Aquilo que a
mulher usa por baixo da roupa tem um significado todo especial para o universo
masculino. Mas não apenas para ele. A calcinha, acredite, diz muito da
história da mulher, representa sua trajetória e, mesmo escondidinha, não deixa
de ser motivo de rostos corados, risadas e, às vezes, constrangimento. A história dessa importante peça do vestuário
- que tem pouco mais de dois séculos de existência - é descrita no livro
"Por baixo do pano - a história da calcinha", da autora inglesa
Rosemary Hawthorne (Matrix Editora). Segundo ela, a calcinha apareceu pela
primeira vez em 1800, quando a revolução havia mudado a França e, por
consequência, toda a Europa. Na época, as mulheres passaram a usar
elegantes vestidos de cintura alta, inspirados na vestimenta das gregas
antigas. Mas esses "vestidos império", super sensuais, deixavam as
partes baixas arejadas demais. Surgia então o primeiro modelo de calcinha,
chamado de calção ou "pantaloon’, que chegava abaixo dos joelhos ou até os
tornozelos e era feito de um tecido "cor de carne" semelhante ao das
meias-finas. Antes disso, nenhuma mulher respeitável usava calcinhas. O livro
traz ainda a relação da feminista americana Amelia Bloomer com a calcinha e
chega até o modelo fio-dental, bem difundida aqui no Brasil. A autora dessa
obra, hoje uma das maiores autoridade britânica em história da roupa íntima,
conversou com o Vila Dois e explicou porque a calcinha
está relacionada tanto à moda quanto aos direitos da mulher. Rosemary é conhecida hoje no
Reino Unido como "Knicker Lady", ou a "Dama das Calcinhas",
nome do espetáculo solo que apresenta com sucesso nos palcos do país.
Quanto tudo começou?
Um dia, uma estudante que estava fazendo um
trabalho sobre o uniforme das meninas me perguntou de onde vinha a palavra
"Bloomers". Eu estava contando de onde ele veio quando ela disse que
não encontrava tal resposta em livro algum. Aí então eu resolvi escrever sobre sutiãs e depois sobre ligas e meias-calças.
Um conjunto todo sobre lingeries.
Qual a importância da calcinha hoje e como essa
"importância" viajou ao longo dos anos? Hoje é importante porque faz
parte de uma indústria muito lucrativa. As mulheres estão acostumadas a
usá-las, desejá-las e comprá-las e isso não vai mudar nunca. Até porque elas
nunca tiveram esse tipo de poder de escolha antes. Mesmo nos séculos 18 ou 19 o
poder de escolha era baixo. Além disso, no passado você precisava ser rica para
comprar uma. Depois da invenção da máquina de costura e dos tecidos sintéticos
e da emancipação efetiva da mulher, no século 20, elas passaram a querer usar
calcinhas e podiam comprar. Mulheres que ganham seu próprio dinheiro e tem
poder de compra transformaram sua importância diante da indústria.
A calcinha desperta no homem vários sentimentos. O
que você descobriu sobre isso nos seus estudos? A calcinha sempre teve a
habilidade de promover excitação. Isso porque elas escondem a nudez e são as
"guardiãs" do paraíso. Antes das calcinhas, o "garter"
(aquele elástico que pode ser usado na perna, sobre a liga) era o grande traje
sensual. Homens escreviam poemas sobre, brigavam por causa de um. Na época, era
usado por virgens e donzelas. Hoje, noivas continuam usando. Mas, atualmente, o
significado mudou um pouco, passando do sensual ao erótico.
Eu nunca contei, na verdade. Mas olhando o meu guarda-roupa, acho que tenho mesmo umas 450 calcinhas antigas, além de "bloomers" e meias-calças do século 19, modelos de seda e nylon... até modelos mais modernos, menores e "safadinhos". Eu tenho todo tipo e tamanho, desde aquelas baratinhas, de supermercado, até modelos do sexy shop "Ann Summer”. Calcinhas fazem parte da mulher e de sua história social e isso me fascina. É por isso que escrevi o livro e faço meus shows.
Por Sabrina Passos (MBPress)
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
ROUPAS E SUA HISTORIA
Séc.XII ao Séc.XVIII
Maria de Medici, rainha da França (pintura de
1593) Por volta de 1130, surge na
vestimenta feminina uma nova peça: o corpete. Este ancestral do espartilho era feito bem justo até a altura dos quadris e
dele saía uma saia ampla, a qual possuía pregas e podia tanto ter o comprimento na altura dos pés quanto ter até uma
cauda. Isto obrigou as sobretúnicas a ficarem mais justas, o que começou a
diferenciar de maneira mais clara as vestimentas femininas e masculinas, mas
ainda sim não como veio a ocorrer mais tarde. Na segunda metade do séc.XIV,
tomando a visão de muitos historiadores, o movimento de estética nas roupas ao
qual damos o nome de moda inicia-se. Isto significa
que, a partir de então, a parte mais endinheirada da sociedade nunca mais teve
sossego tratando-se de vestimentas: as mesmas passaram a ficar defasadas com o
passar de pouco tempo. Foi então que a vestimenta mais feminina que se conhece
começou a ganhar forma: o espartilho. Junto a ele, usava-se uma saia ampla e
comprida em pregas. Sobre tudo isto utilizava-se a contê-hardie, uma bêca
semelhante a utilizada pelos homens. Durante um período deste século, foi moda
que esta bêca não tivesse lados, ou seja, tivesse grandes aberturas laterais
que permetiam entrever o vestido, o que causava um efeito interessante. Durante o fim do séc. XV e começo do XVI
houve uma “germanização” geral na moda, a qual foi visível pelos abundantes
recortes nas roupas masculinas (inspirados nos trajes dos Landsknecht alemãos).
Já nas femininas, as quais não eram tão extravagantes quanto de seus
companheiros, isto só era visto nas saias ricamente bordadas de seus vestidos de cintura apertadíssima. Já no séc.XVII a moda de usar uma única saia
por baixo da túnica foi substituída pela que pregava várias saias utilizadas de
maneira sobreposta a fim de dar volume. O espartilho continuou se desenvolvendo, mais ainda não
havia se consolidado. O uso da bêca ainda era essencial sobre o vestido.
Anna Maria de Medici (pintura de 1690) Importante ressaltar
novamente que os únicos que tinham acesso à estas vestimentas “na última moda”
era os integrantes da classe alta, ou seja, nesta época a aristocracia cortesã. No fim do séc.XVII e início
do XVIII surge na nobreza francesa um novo rei, o qual perseguia um ideal de
ostentação extrema. Este soberano foi Louis XIV, também conhecido como O Rei Sol. Neste
contexto de opulência o espartilho encontrou terreno fértil para se desenvolver
plenamente e as várias saias foram substituída pelo panier, uma armação
geralmente feita de galhos de salgueiro que sustentava a saia superior. O panier
aumentava a saia lateralmente a tal ponto que algumas delas chegavam a ter até
2 metros de largura. Sobre esta armação era colocada a anágua e sobre esta era utilizada as saia, que podia ser tanto aberta quanto
fechada (divisão criada pelos historiadores atuais). As abertas possuíam uma
abertura frontal que permitia a visualização da anágua, a qual era ricamente
adornada, enquanto as fechadas eram inteiriças. Os principais tecidos para
confecção destas saias eram o veludo, o musseline e os tecidos
brocados e adamascados. Para sustentar todo este luxo era usada uma
grande porcentagem da renda pública, o que ajudou a agravar a crise pela qual a
França passava. Os camponeses e a
emergente classe burguesa juntaram-se para que pudessem acabar com toda aquela
ostentação que, no fim, era paga por eles. Foi assim que, em 1789 irrompe a Revolução Francesa, a qual mudou os rumos da história (e da moda). Logo após sua vitória,
os burgueses (os quais
possuíam grande admiração pela antiguidade clássica) se inspiraram nos gregos e romanos para construir sua “nova civilização” e a moda
não escapou deste revival. As mulheres abandonaram o espartilho e começara
a utilizar roupas mais leves e esvoaçantes. A cintura passou a ser logo a baixo
do busto, o que é hoje conhecido por cintura
império As saias desta época eram compridas e passavam a idéia de leveza.
Séc.XIX e Belle Époque saia do
século XIX
Esta moda não durou muito e logo em 1820 o espartilho volta para a high
fashion. Além dele, outras pequenas modificações ajudam a dar a impressão
de cintura fina, dentre elas aumentar a amplidão da saia. A partir de 1830 a
saia encurtou um pouco, ficando na altura no tornozelo, e a largura ficou ainda
maior. Já em 1840 a saia voltou a crescer em comprimento e diminuir em volume,
mas ainda sim permanecendo bem rodada, e a cintura abaixou um pouco. A
prosperidade de da década de 1850 foi marcada pelo aumento exagerado das saias,
que na primeira metade de década era obtido pelo uso de mais e mais anáguas,
mas na segunda elas foram substituídas pela crinolina de armação. Esta fabulosa invenção consistia de
uma saia com vários arames costurados, os quais davam a forma desejada à saia
superior. Além de muito mais leve, a crinolina era muito mais prática e até ajudou a definir o
“ponto erótico da década”: o suave balançar da saia produzido pelo andar da dama. A haute-couture
começa nesta época, pelas mãos de Chales Frederik Worth. Na década de 1860 a crinolina deixa de ser um círculo perfeito e passa a ser
mais comprido na parte de trás. Isto possibilitou que toda aquela armação fosse
substituída pela anquinha posteriormente. A anquinha nada mais é que uma armação que ficava nas costas, logo abaixo da
cintura, e acentuava a curva do quadril dramaticamente. A diminuição desta
curva e o rebaixamento da mesma são as principais mudanças do período de 1877 a
1883, assim como a diminuição do volume da saia, a qual ficou com um aspecto
semelhante ao de um sino. A partir daí, a anquinha volta com tudo e ainda mais marcada do que antes; agora, após a cintura
há, literalmente, um apoio perpendicular à mulher de aproximadamente
30 cm. Na década de 1890 a anquinha desapareceu de vez e os vestidos ganharam definitivamente a forma de sino. Este padrão se manteve até aproximadamente 1910. É aí que surge Paul Poiret e revoluciona a maneira tradicional na qual eram feitos estes vestidos.
Poiret criava inspirado nas vestimentas orientais e uma de suas criações mais
célebres foi a saia Hobles, uma saia tão apertada que as mulheres foram
obrigadas a usarem uma espécie de cinto nos joelhos a fim de andarem com passos menores e não estragarem suas
saias. Todo o figurino de Poiret era muito suntuoso, cheio de penas, pérolas, bordados, apliques, pedras... Não foi despropositalmente
que a tendência seguinte negasse tudo isto.············.
Coquettes e Ladies (1920 a
1939) Modelo em 1920
Na década de 1920, após passar
por uma guerra, as mulheres queriam estar na moda sem ter seus movimentos tão
privados pelas roupas. Foi neste contexto que surgiu Gabrielle Chanel, mais
conhecida como Coco Chanel, a qual
pregava a funcionalidade das roupas acima de tudo. Por isto, nesta década, as
saias encurtaram de maneira nunca vista antes nas mulheres e o modelo mais
utilizado era o reto. As calças também começara a serem usadas pelo sexo feminino aqui, porém de
maneira que ainda não punha a supremacia das saias em perigo. Após a crise de 1929, um desejo
crescente de glamour e ostentação se instalou no subconciente coletivo.
O resultado disto foi uma moda cheia de cetim, veludo, jóias, peles e chapéus maravilhosos na década de 1930. As saias nesta época eram amplas e
suntuosas ou no modelo lápis, mas todas compridas. Havia este consenso de
romantismo no ar a ponto de o espartilho quase voltar, mas rompe a Segunda Grande Guerra e impede este plano.
Segunda Guerra Mundial Novamente, as mulheres
sofreram limitações horríveis e tiveram de substituir os homens no mercado de
trabalho. Assim, uma moda mais funcional se instaura novamente. Saias mais
curtas, simples, retas e que demandavam menos tecidos foram adotas em pouco
tempo. Mesmo assim, a economia era tamanha que em muitos países, a única
maneira de ter uma roupa que aparentasse ser nova era reformando as antigas
para parecerem novas.
New Look e minissaia
Modelo
usando minissaia. A guerra acabou em 1945 mas é só em 1947 que
o novo shape do New Look se instaura. Em negação as privações da
década anterior, o new look (o qual imperou por toda década de 1950
também) consistia-se de uma cintura bem marcada e a saia extremamente rodada. O
comprimento costumava ser no meio da canela, mas para eventos mais importantes,
tornava-se mais comprida. A geração do BabyBoom alcançou a adolescência na década de 1960, e assim exigiu sua própria
moda. Desta maneira, a hegemonia da haute-couture e do padrão de beleza mais maduro foram derrubados pelo Prêt-à-porter e pela moda jovem. Assim, a cintura abaixa e os comprimentos diminuem.
As saias se tornam mais simples e funcionais e surge e minissaia. Provavelmente nunca saberemos ao certo se
houve de fato um(a) inventor(a) da peça de roupa que foi um dos símbolos da
liberação sexual dos anos 60. Sua autoria porém, é disputada tanto por Mary Quant quanto por André Courrèges) ou mesmo
por Helen Rose, que colocou em cena diversas minissaias no clássico sci-fi Planeta proibido. 1970 à contemporaneidade Uma micro-saia Na década de 1970, esta
multidão de jovens, que estão naquele intervalo entre a adolescência e a fase
adulta começam a luta por seus ideais. Neste contexto, surgem principalmente
duas correntes de moda jovem: o psicodelismo, com saias
curtas, extravagantes, coloridas e chamativas e o hippie, com saias longas estilo indiana e princesa. Na década de oitenta todo
este idealismo é deixada para trás e surge um neo-conservadorismo, que pregava
a volta dos trajes clássicos. A cintura voltou a seu lugar e aparece a saia baloné. Os Yuppies marcaram esta década como os principais adotantes deste estilo. Na década de 1990,
a minissaia voltou à
moda, e continua até hoje.
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