Revista americana causa
polêmica ao retratar mãe amamentando filho de 3 anos
Capa da revista 'Time' provocou polêmica e dividiu opiniões dos
americanos sobre amamentação
Foi revelada nesta quinta-feira a próxima capa da revista
americana Time, em que uma jovem mulher aparece amamentando seu
filho de três anos, com a manchete "Você é mãe o suficiente?", o que
causou grande polêmica nos Estados Unidos.
A modelo fotografada é uma mãe de verdade que aparece fazendo algo
rotineiro com seu filho: a alimentação de acordo com o conceito da
"criança com apego", segundo o qual a criança que cria fortes laços
emocionais já na infância terá mais facilidade em desenvolver relações seguras
e estáveis na vida adulta.
Mas para a sociedade americana, o assunto continua sendo um tabu.
Para Nancy Morbacher, da organização Breastfeeding USA (Aleitamento
Materno EUA, em tradução livre), que incentiva a prática, a intenção do
fotógrafo era fomentar a discussão através de uma imagem polêmica.
"O fotógrafo mesmo disse que seu objetivo era fazer uma imagem que
fosse controversa ou polariza-te e creio que ele conseguiu, porque nos Estados
Unidos é incomum ver uma criança dessa idade sendo amamentada", afirmou.
"Isso deve provocar muitas opiniões conflitantes. Alguns dirão que estão
certo outros que não concordam, mas é bom que se discuta. Creio ser
interessante o que disse a modelo da foto: sua meta era mostrar que isso é
normal e que queria ilustrar a prática com sua própria experiência, incluindo
nesta idade, algo que em outros países não causaria polêmica alguma",
acrescentou a especialista.
Organizações como a Breastfeeding USA recomendam a todas as mães que
amamentem seus filhos e promovam esta prática como uma normal cultural e
biológica.
Mas o que causou, de fato, revolta entre as alas mais conservadoras da
sociedade americana, foi a idade do menino que aparece na capa daTime e
nas fotos da reportagem, em que a criança mais velha a ser amamentada no peito
da mãe tem seis anos.
A polêmica lançada pela revista levou muitos americanos a se
questionarem sobre a idade máxima recomendada para o aleitamento materno.
"Nenhuma organização de incentivo à amamentação recomenda uma idade
máxima", disse Morbacher, acrescentando que a "American Academy
Pediatric recomenda um período mínimo de um ano e um máximo de tanto como mãe e
filho desejarem".
Ela disse ainda que a "Organização Mundial da Saúde recomenda um
mínimo de dois anos e deixa claro que ninguém estipula um tempo máximo, porque
enquanto se mantém amamentado, o bebê será mais saudável, sofrerá menos doenças
e há taxa de mortalidade menor entre os que são amamentados, independente da
idade".
Na verdade há muitas sociedades no resto do mundo em que a capa DATIME não
causaria tanto impacto, já que muitas crianças nestas culturas são amamentadas
pelas mães até os quatro anos.
"Em algumas culturas o período é até maior. Por exemplo, para os
inuits – ou esquimós - sete anos é normal. No Japão são cinco anos, e até mesmo
na Holanda é normal amamentar as crianças por dois ou três anos. É um assunto
cultural, e, como é de costume ocorrer, os EUA estão um pouco atrasados em
relação ao resto do mundo".
Michelle Roberts
Da BBC News (BBC DO BRASIL)
Pais tem percepção errada da irritação dos bebês, segundo pesquisadores.
Um estudo realizado por especialistas do Conselho de Pesquisa Médica da
Grã-Bretanha indica que mães devem continuar a amamentar seus bebês no peito,
apesar de eles ficarem mais chorões do que os alimentados com mamadeira.
Segundo os médicos, é preciso deixar mais claro às novas mães que a
irritação dos bebês alimentados dessa forma é algo normal.
"Bebês alimentados com mamadeiras podem parecer mais calmos, mas as
pesquisas sugerem que estas crianças podem estar super- nutridas e ganhar peso
mais rapidamente", disse Ken ONG, que liderou a pesquisa.
"Nossas descobertas são essencialmente parecidas com (outras
descobertas em) outras fases da vida, de que a comida é reconfortante",
acrescentou.
O motivo mais comum alegado pelas mães que param de amamentar seus
filhos é que o bebê não fica satisfeito apenas com o leite materno.
De acordo com os cientistas do Conselho de Pesquisa Médica da
Grã-Bretanha, isto reflete uma percepção de que a irritação do bebê é algo
negativo.
Mas eles acrescentam que esta irritação é normal, é apenas a forma de o
bebê comunicar suas necessidades à mãe e não deve ser motivo de preocupação.
No estudo, os pesquisadores britânicos pediram que mais de 300 mães
falassem sobre o temperamento de seus bebês e declarassem também se eles eram
alimentados com leite materno ou outro tipo de leite.
No total, 137 crianças eram alimentas exclusivamente com leite materno,
88 eram alimentadas apenas com outro tipo de leite e 91 eram alimentadas das
duas formas.
Os bebês que eram amamentados foram classificados pelas mães como tendo
um "temperamento mais desafiador" e tendência a chorar mais.
Bebês
alimentados apenas de leite materno até os 6 meses 'têm melhor imunidade'
Benefício só ocorre quando o bebê é alimentado
apenas com leite da mãe
Bebês alimentados exclusivamente com leite materno até os seis meses de
idade ganham proteção extra contra infecções, dizem cientistas gregos.
O efeito observado independe de fatores como acesso à saúde e programas
de vacinação, eles explicam.
Segundo os especialistas da Universidade de Creta, o segredo estaria na
composição do leite materno.
As conclusões do estudo, que envolveu pouco mais de 900 bebês vacinados,
foram publicadas na revista científica Archives of Diseases in
Childhood.
A equipe ressalta, no entanto, que o benefício só ocorre quando o bebê é
alimentado com leite da mãe apenas. Ou seja, acrescentar fórmulas ao leite
materno não produz o mesmo efeito.
Especialistas em todo o mundo já recomendam que bebês sejam alimentados
somente com leite materno pelo menos durante os seis primeiros meses de vida.
Os pesquisadores gregos monitoraram a saúde de 926 bebês durante 12
meses, registrando quaisquer infecções ocorridas em seu primeiro ano de vida.
Entre as infecções registradas estavam doenças respiratórias, do ouvido
e candidíase oral (sapinho).
Os recém-nascidos receberam todas as vacinas de rotina e tinham acesso a
tratamentos de saúde de alto nível.
Quase dois terços das mães amamentaram seus filhos durante o primeiro
mês, mas o número caiu para menos de um quinto (menos de 20%) seis meses
depois.
Apenas 91 bebês foram alimentados exclusivamente com o leite da mãe
durante os seis primeiros meses.
Os pesquisadores constataram que esse grupo apresentou menos infecções
comuns durante seu primeiro ano de vida do que os bebês que foram parcialmente
amamentados ou não amamentados.
E as infecções que os bebês contraíram foram menos severas, mesmo
levando-se em conta outros fatores que podem influenciar os riscos de infecção,
como número de irmãos e exposição à fumaça de cigarro.
O pesquisador Emmanouil Galanakis e sua equipe disseram que a composição
do leite materno explica os resultados do estudo.
O leite materno contém anticorpos recebidos da mãe, assim como outros
fatores imunológicos e nutricionais que ajudam o bebê a se defender de
infecções.
"As mães deveriam ser avisadas pelos profissionais de saúde de que,
em adição a outros benefícios, a amamentação exclusiva ajuda a prevenir infecções
em bebês e diminui a frequência e severidade das infecções", os
especialistas dizem.
Níveis de testosterona determinam capacidade de
amamentar, sugere estudo.
Amamentação é vista como um benefício para saúde do bebê e da mãe
Uma pesquisa da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega sugere
que a capacidade de amamentação da mãe pode ser governada pelos seus níveis de
testosterona durante a gravidez.
A equipe de cientistas também sugeriu que, no caso de dificuldade na
amamentação, não há problema em alimentar o bebê com outro tipo de leite.
O estudo, publicado na revista especializada Acta Obstetrícia
and Ginecológica Scandinavica, acompanhou 180 mulheres grávidas, entre
elas, mulheres que apresentavam risco de dar à luz bebê pequenos - uma
ocorrência que já se sabe ser influenciada por níveis mais altos de
testosterona.
A equipe levou em conta outros fatores como idade, educação das mulheres
e se elas fumavam. Mesmo assim, eles encontraram uma relação clara entre as
baixas taxas de amamentação entre os três e seis meses de vida do bebê e altos
níveis de testosterona da mãe.
Os cientistas sugerem que o hormônio, responsável pelo desenvolvimento
de características masculinas, mas que também está presente nas mulheres possa
ter um impacto negativo no desenvolvimento do tecido glandular do seio da mãe o
que, por sua vez, afeta a capacidade de amamentação.
"Basicamente, a mãe que enfrenta dificuldades (na amamentação) não
deve se sentir culpada - provavelmente é assim que acontece (com ela), e o bebê
não vai sofrer se for alimentado com outro leite", afirmou o chefe da
pesquisa, professor Sven Carlsen. "Uma mãe deve fazer o que a deixa
feliz."
Para o professor Ashley Grossman, do Centro de Endocrinologia de Barts,
em Londres, a pesquisa norueguesa é interessante, mas podem ser várias as
causas de dificuldades na amamentação.
"Existem todos os tipos de fatores biológicos que afetam a
capacidade de amamentação de uma mulher. E quando as mulheres ouvem que
precisam tentar de novo, é importante destacar que algumas simplesmente não
podem (amamentar)."
A equipe liderada por Carlsen também analisou, em 2009, 50 estudos
internacionais a respeito da relação entre amamentação e saúde.
Com base neste trabalho, o professor concluiu que os benefícios da
amamentação para a saúde do bebê em relação aos outros tipos de leite podem ter
sido exagerados.
"Estas diferenças na saúde não são tão importantes", afirmou.
"Quando você analisa estudos epidemiológicos e tenta retirar outros
fatores, é realmente difícil encontrar quaisquer benefícios substanciais entre
as crianças que foram amamentadas quando era bebê", acrescentou.
A maioria dos governos e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam
que o bebê seja alimentado exclusivamente com leite materno até os seis meses
de idade.
Amamentar reduz risco de derrames e doenças
cardíacas nas mães, diz estudo.
Estudos indicam que amamentação traz benefícios para bebês e mães.
Mulheres que amamentam seus filhos podem estar reduzindo seu próprio
risco de sofrer doenças cardíacas ou derrames, indica uma pesquisa da
Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos.
Os pesquisadores americanos dizem ter verificado que mulheres que
amamentam por mais de um ano estão 10% menos propensas a sofrer desses
problemas de saúde do que aquelas que nunca amamentaram.
O estudo americano envolveu 140 mil mulheres já no período
pós-menopausa. Em média, essas mulheres haviam amamentado seus bebês há mais de
35 anos.
Acredita-se que a redução do risco de sofrer de doenças cardiovasculares
ocorre porque, ao amamentar, as mulheres diminuem os depósitos de gordura no
corpo.
No entanto, os pesquisadores afirmam que o efeito é mais complexo e que
a liberação de hormônios estimulada pela amamentação também tem um papel
importante.
Segundo os pesquisadores, amamentar por mais de um ano pode ainda
reduzir em cerca de 20% os riscos de as mães sofrerem de diabetes e colesterol
alto, e em 12% o risco de pressão alta.
O estudo afirma que mesmo as mães que amamentam por pelo menos um mês já
têm o risco de diabetes, colesterol e pressão alta reduzida em relação àquelas
que nunca amamentaram.
A pesquisa também verificou que amamentar reduz os riscos de a mulher
sofrer de câncer de mama e ovário e de osteoporose.
Esse estudo, divulgado na publicação especializada Obstetrics
and Gynaecology, vem se somar às crescentes evidências de que amamentar
traz benefícios não somente para a saúde dos bebês, mas também das mães, dizem
especialistas.
Para os bebês, a lista de benefícios é extensa, afirmam especialistas. O
leite materno pode proteger contra obesidade, diabetes, asma e infecções no
ouvido, estômago e peito.
"Há anos nós sabemos que amamentar é bom para a saúde dos
bebês", disse a pesquisadora Eleanor Bimla Schwarz. "Agora sabemos
que também é importante para a saúde das mães."
Segundo Schwarz, a amamentação é "uma parte importante da maneira
como o corpo das mulheres se recupera da gravidez".
"Quando esse processo é interrompido, as mulheres ficam mais
propensas a sofrer diversos problemas de saúde, como ataques cardíacos e
derrames", disse a pesquisadora.
O Departamento de Saúde britânico recomenda amamentação por pelo menos
seis meses.
Segundo a especialista em doenças cardíacas June Davison, da British
Heart Foundation, a pesquisa revela uma associação entre amamentação e redução
de riscos de problemas cardíacos, mas ainda são necessárias "mais
pesquisas para compreender porque isso ocorre".
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