segunda-feira, 16 de abril de 2012

BOAS MANEIRA EM FAMILIA

BOAS – MANEIRAS E ETIQUETA EM FAMILIA

Para que uma refeição em casa chegue à sobremesa sem atritos, sem raiva, sem choros e recriminações, é necessário mais que Etiqueta. É preciso que as normas de Boas-maneiras à mesa sejam levadas a sério e observadas tal como seriam respeitadas fora de casa. Nunca se discute à mesa da refeição qualquer questão que possa produzir irritação ou criar ressentimentos. É melhor que assuntos dessa natureza sejam tratados em particular, entre os que estejam envolvidos, e que, reunida toda a família à mesa, a conversa seja somente sobre coisas agradáveis e interessantes. Discussão com os filhos sobre aproveitamento escolar, ou entre os pais em razão de problemas financeiros, e também a maledicência e as queixas, afetam o organismo alterando sua química de modo prejudicial e consequentemente estragam o dia e, em certo tempo, afetam a saúde.

Os pais devem analisar o modo como eles próprios foram educados e quais são as lições que ficaram de seus pais, para com essas lembranças corrigirem o que lhes pareça que foi errado em sua educação. Se forem vítimas de exageros ou negligências por parte de pais e parentes, deverão redesenhar esse modelo nefasto para darem aos filhos um tratamento de consideração e respeito.

Os avós são muito influentes na educação de uma criança, que estará mais inclinada a imitá-los que aos seus próprios pais. No universo da criança, ainda que seus avós vivam com elas, eles são quase personagens lendárias, e por isso lhes cabe a responsabilidade do bom exemplo, e de ajudarem os pais de modo discreto na educação dos seus netos. Alguns avós não fazem isto. Sentem-se convocados a repetir nos netos o tratamento que deram aos seus filhos e do qual estes, agora pais, guardam ressentimento. Outros provocam os pais com opiniões contrárias sobre como educam, ou levam os netos a contrariarem suas determinações. Os avôs devem pensar em como gostariam que seus netos se recordassem deles no futuro. Para que seja uma boa lembrança, basta que sejam sinceros, corteses, companheiros, bem humorados sem exageros, e que passem longe do modelo caricato dos contos da carochinha. Eles são duplamente respeitados pela criança, quando recebem também o respeito dos pais dela.

Tratamento igual. Tratar todos os filhos de modo igual, dispensando a cada um a mesma medida de apoio, encorajamento, e igual provimento de recursos evitarão mágoas e queixas de injustiças ou de preferências. Os pais devem ser atenciosos e considerados com todos eles igualmente, sem discriminação. Constranger preconceituosamente é um modo abusivo de moldar o caráter da criança.

Crianças. Ouvir com boa vontade as crianças evitará que elas se acostumem a chorar ou gritar para receber atenção. É extraordinariamente emocionante para a criança uma loja de brinquedos, e não esquecerão por toda a vida o desejo não satisfeito de um brinquedo que tiveram diante de seus olhos em uma loja no shopping, e que lhes foi recusado. Se não vai presenteá-la aquele dia, o pai ou a mãe evitarão passear com elas em shoppings onde haja lojas de brinquedos.

Efeito das atribuições. Na opinião de um psiquiatra se é dito à criança que ela é um bom menino ou uma boa menina, ele ou ela assumirão o papel de bom menino ou boa menina. “Será ainda melhor se uma terceira pessoa transmite para ela a opinião ouvida a seu respeito”. Esta pode ser uma técnica pedagógica a ser usada, e em lugar dos pais dizerem à criança que ela é malcriada e desrespeitosa, dirão que ela é honesta, atenciosa com as pessoas, aplicada aos estudos, e assim farão que ela realmente venha a ter essas qualidades. Este procedimento chama-se “Atribuição”

Comparações preconceituosas. Comparar a criança a pessoas que detestam é uma falta em que muitos pais incorrem, e que é um duplo desrespeito, se tal comparação é preconceituosa. Significa dizer ao filho que ele é tão ruim quanto à pessoa à qual é comparado e parece que é mais fácil uma criança aceitar a comparação com uma pessoa dita má, que acreditar que é igual à outra pessoa considerada boa, porque nesta última comparação ela sente perda da sua identidade. É um comportamento a ser evitado.

Negação. Expressões como “Não dê palpites!”, “Não se intrometa”, “cale a boca e não diga bobagens” humilha e entristece profundamente a criança. Ainda que aquilo que ela diga seja ingênuo, ela deve ser ouvida, para que seja reconhecido seu direito à consideração e respeito.

Castigos. Os maus-tratos físicos são mais que castigos: são todas elas formas violentas de desconsideração. O castigo deve ser isento de ódio, e a criança não sofrerá consequências psicológicas ruins se for aplicado na justa medida em que ela deve ser lembrada de não cometer outra vez o mesmo erro. Por isso é uma pesada desconsideração castigar a criança por um erro que não cometeu ou por algo ruim de que foi causa independentemente de sua vontade. Uma desconsideração verbal nessas circunstâncias pode ter efeito ainda pior, e ferir de modo duradouro mais que um castigo físico.

É incompreensível para a criança que ela seja castigada porque algo lhe escapou da mão e quebrou no chão. Neste caso, o castigo será claramente uma vingança dos pais e não um modo de lembrá-la para não quebrar coisas, inclusive porque os adultos também quebram coisas involuntariamente, possivelmente num percentual bem maior de acidentes que os devido às crianças.

Filhos adolescentes. A adolescência estende-se da puberdade, cujo aparecimento varia em torno dos 12 anos, até os 18 anos. É uma fase que começa com o aparecimento de hormônios que mudam o comportamento; a docilidade da criança dá lugar a atitudes rudes e contestatórias. Os pais lutam para que os filhos nessa idade tenham bons modos, e não se envolvam com grupos marginais. A angustia que caracteriza essa fase desperta nos adolescentes grande interesse por técnicas para o domínio do comportamento próprio e compreensão das atitudes dos outros. Muitos pais atendem a esse interesse, pagando psicólogos para seus filhos adolescentes, cansados e assustados com os comportamentos que lhes parecem irracionais dos adolescentes. Principalmente quando em meio à confusão que os domina, precisam escolher uma profissão para dar rumo às suas vidas.

O adolescente tem nas veias hormônios com o potencial equivalente ao da cafeína de vários litros de café, e por isso suas mentes ficam ao mesmo tempo obnubiladas e excitadas, seu comportamento é imediato, errático, sem motivo definido, e por demanda dessas forças internas não admitem reflexão ou qualquer resistência ou obstrução. Sob tal efeito, ignoram sinais de trânsito, reagem com violência, bebem e batem uns nos outros, põem fogo em mendigos. No cinema falam alto, disputam quem senta ao lado de quem e estão constantemente se levantando, trocando de lugar, passando mensagens pelo celular para os colegas que estão em outra fila de poltronas, conversas e risadinhas incessantes, inclinam-se sobre a cadeira da frente para falar ao ouvido de um colega e com esse procedimento tiram a visão da tela dos espectadores que estão atrás. Têm problemas sexuais devido à hiper-excitação mental, mostram um completo desinteresse pelas disciplinas escolares e só ao custo de muita persuasão ou por não terem como fugir ao estudo, cursam uma escola com regularidade. Porém, transformam o quanto podem a escola em campo de comportamento superexcitado, devido à química em sua rede nervosa hiper-pulsante. Esse quadro é sabidamente mais dramático e perigoso no adolescente homem do que nas meninas. Nestas a resposta é mais sentimental, porém não menos torturante. São, geralmente, causa de arrasadoras paixões, ciúmes mortais, um desesperador sentimento de inferioridade, inadequação e rejeição.

Responsabilidades dos pais. Por serem menor de idade, é da Lei que o adolescente está sob a responsabilidade dos pais e que lhes deve obediência. Mas essa obediência torna-se difícil quando os pais não autorizam o uso do carro enquanto o jovem não tem habilitação, ou que a garota saia com um namorado sem obedecer a um horário para retornar a casa.

Os pais precisam saber com quem a filha está saindo, mesmo que eles sejam muito liberais. A própria garota deve saber que isto é uma questão de Boas-maneiras, um modo de agir que é distinto e mais refinado do que se passar por uma filha na qual os pais não têm muito interesse, não partilham, não querem saber por onde anda e o que faz. Ela avisa os pais que o namorado vem buscá-la e apronta-se a tempo, por que será embaraçoso para o rapaz ter que entrar e manter conversação com seus pais enquanto ela termina de vestir-se para sair. O jovem deve esperar que ela o apresentasse aos seus pais, e deve cumprimentá-los e trocar algumas palavras, sem temer que isto signifique assumir um compromisso; significa apenas boa educação.

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História. A consciência de família e de tradição é a raiz da cidadania e da autoestima. O conhecimento da origem da família, sua ligação a uma tradição, a uma cultura, a uma religião, é o campo da Genealogia. Esse conhecimento é parte fundamental da estrutura de identidade do Eu e requisito também para a autenticidade e maturidade da personalidade de cada um. O lado positivo e pitoresco do seu passado familiar tornará o assunto interessante para os filhos, e reforçará neles um sentimento de afeto e respeito pelos ancestrais e pelos seus próprios pais.

O entendimento desse papel fundamental da Genealogia é dificultado pela tendência da maioria das pessoas a achar que somente a família que se liga à nobreza europeia merece estudo. Isto subverte a pesquisa; leva o indivíduo a procurar primeiro o seu sobrenome entre as famílias nobres, a copiar brasões e enlear-se num sonho de fidalguia sem primeiro saber sequer quem foi seu avô. O estudo da origem da família deve ser despido de quaisquer ideias pré-concebidas, excesso de imaginação, etc. O pesquisador deve ater-se aos documentos, e lembrar-se de que existem famílias com o mesmo sobrenome que têm origens diferentes. Portanto, a pesquisa genealógica deve partir da identidade dos pais, dos avós, bisavós, e prosseguir em recuo até onde for possível chegar com base na documentação dos arquivos.

Intimidade. Assuntos íntimos são aqueles a serem tratados apenas dentro de um campo social restrito. Ao nível de amigos íntimos, os assuntos são mantidos em sigilo restrito a esse grupo. O segredo no nível da família exclui Os amigos. É comum uma família ter assuntos cujo conhecimento deseja manter apenas entre os seus membros, e finalmente, dentro da família, existem as questões que são da intimidade do casal, e cada membro do casal tem também sua intimidade própria, com respeito a questões estritamente individuais por natureza. Respeitar esses níveis é parte de uma boa formação familiar.

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